quinta-feira, 24 de março de 2011

Dias pós acidente

Quando cheguei em casa já eram umas 3 horas da manhã,parecia que meu corpo inteiro formigava,uma sensação estranha,coisa que nunca senti igual. Eu queria acordar, mas aquilo não era um pesadelo, e sim a pior realidade da minha vida.
Precisei ligar aquela hora mesmo,no meio da madrugada pro meu super amigo irmão, o Charles,eu precisava de ajuda,de palavras de conforto...pro Thi (namorado) eu não podia ligar,ele tinha aula cedo.
Não tive coragem de ficar sozinha no meu quarto, aproveitei que meu pai tinha ido viajar e fui dormir com a minha mãe...mas não preciso nem dizer que dormir é forma de falar,não consegui  nem um minuto,era só fechar os olhos pra ver aquela luz vindo em minha direção e ouvir o barulho da batida.
Quando amanheceu a ficha ainda não tinha caído, eu fui pra sacada e fiquei um tempo ali parada, mas não adiantava,o meu carro não estava na garagem...
Eu tinha prova na faculdade,fui até lá com a minha mãe conversar com a professora,o coordenador do curso...e não me lembro por qual motivo passamos no hospital veterinário da faculdade (que fica em outro campus). O Thi estava lá,contei o que aconteceu e me deu uma crise de choro.Foi naquele abraço que eu percebi o quanto eu estava frágil, justo eu que sempre fui tão segura,tão forte. Naquele momento a casca quebrou.
Foi muito difícil contar o que aconteceu pro meu pai...
Depois eu não me lembro bem a seqüência dos fatos, os dias que seguiram foram muito tumultuados pra mim,boletim de ocorrência, procurando advogado e ainda tinha o meu trabalho,eu não tinha nem um mês de loja e eu não podia sair de  licença com medo de ser mandada embora na experiência e mais do que nunca eu precisava de um bom salário.
Eu não conseguia mais dormir,e quando dava uma cochilada acordava assustada com pesadelos,comer nem pensar,tudo que caia no meu estomago voltava, fiquei 15 dias me alimentando só de iogurte.
Fui parar na psiquiatra que me receitou um desses remédios controlados,de receitinha azul e tudo.Essa medicação me ajudava a dormir,mas também me deixava completamente “grog”, foi ai então que decidi largar praticamente tudo e ficar só com o meu trabalho,eu não dava mais conta de fazer tudo que eu fazia antes.
A minha vida parou...

(No próximo post – o medo,a perseguição,a companhia da minha mãe,a solidão.)

segunda-feira, 21 de março de 2011

como o carro ( a Frida) ficou!

Esta é a Frida...
eu sempre tenho o costume de dar nome aos meus carros e or sugestão da minha mãe este corsa ganhou o nome de Frida que por coincidência significa "aquela que protege" e foi exatamentr isso que aconteceu...ela ficou completamente destruida,mas eu sai inteira!



e assim ela ficou...





 fazia apenas 20 dias que eu tinha ganho a Frida!
=/
ainda me doi muito olhar esta imagens...

domingo, 20 de março de 2011

O acidente!


O primeiro post...
...o primeiro de muitos?não sei ao certo!Vou até onde der,até onde me permitirem ir.
Aqui vou contar um pouco da minha vida...de como é viver com a "SINDROME DO PÂNICO" e de como superar um perigo que existe dentro de nós.
Sim, esse bicho de sete cabeças tem como ser superado, esquecido,deixado de ladinho!

O ACIDENTE

“No dia 23 de março de 2009 por volta das 22:30 hs eu estava voltando do trabalho no meu carro, sempre pegava uma avenida larga,um tanto movimentada e muito bem sinalizada e nesse dia não foi diferente. Como eu voltava tarde meu pai sempre me aconselhou a não parar na esquinas quando o sinal estivesse fechado, e sim no meio da quadra ou ir controlando o sinal até que abrisse. Foi isso que eu fiz quando meu sinal fechou, desengatei a  marcha e fui controlando, quando abriu engatei a segunda marcha  e arranquei...depois disso só me lembro de uma luz muito forte vindo em minha direção e um barulho ensurdecedor. Acredito que eu tenha apagado por um tempo, eu não vi a minha vida toda passar como um filme,mas eu vi meu corpo arremessado para longe do carro sem uma das pernas e muito sangue, via pessoas de branco ao meu redor, o meu peito doía muito,respirar era quase impossível,escutava algumas vozes falando que eu estava morta,que o carro ia explodir...apesar do desespero eu não conseguia abrir os olhos,falar que eu estava viva....era como se estivesse no fundo de uma piscina e não conseguisse chegar a superfície. Quando consegui abrir os olhos  as dores pelo corpo eram insuportáveis,meu corpo fervia,havia muitas pessoas ao meu redor e todas falavam ao mesmo tempo.Demorei um pouco para assimilar tudo que estava acontecendo. Aos poucos me lembrei das aulas de primeiros socorros da faculdade e decidi que o melhor era ficar quietinha até o socorro chegar,mas as pessoas estavam alvoroçadas e me fizeram sair do carro com medo que ele explodisse.Não sei como avisei minha mãe do acidente e do local do ocorrido,não sei quanto tempo ela levou para chegar lá,na verdade existe um branco na minha memória,me lembro de algumas cenas soltas...fui levada para um pronto socorro,tudo vazio,apenas o médico e o enfermeiro,o silêncio me incomodava,MEDO, muito MEDO era o que eu sentia,me sentia sozinha,abandonada...minha mãe não chegava nunca.....”

Bom...nesse post eu fico por aqui. Muita coisa ainda tem a ser contada,mas vamos por partes!

Espero de coração que neste espaço alem de conseguir desabafar eu consiga ajudar alguém ou ajuda-los a entender melhor como funciona o pânico,as crises...

Um beijo enorme.